Autor(a) - Ivan Horcaio

22-02-2020 13h15

Técnicas de Estudo

Existem muitas técnicas de estudo, tais como como resumir, grifar, utilizar mnemônicos, visualizar imagens para apreensão de textos e reler conteúdos, que foram classificadas como as de utilidade mais baixa.

Três técnicas de estudo foram encaradas como de utilidade moderada, sendo elas interrogação elaborativa, auto explicação e estudo intercalado.

Duas obtiveram o mais alto grau de utilidade na aprendizagem, sendo elas o teste prático e a prática distribuída.
Interessante notar que é a ciência desaprovando boa parte das técnicas de estudo, muito baseado em resumos, grifos, mnemônicos e mapas mentais. Por outro lado, foi confirmada a impressão que se tinha de que a realização de exercícios em doses elevadas era extremamente efetiva para o estudo para concursos públicos.

Antes de prosseguir, é importante lembrar que as avaliações refletem os resultados de uma pesquisa, porém cada pessoa tem suas próprias técnicas de estudo preferidas e que o nível de satisfação, conforto e preferência de cada um é fator de extrema importância e deve, sempre ser levado em conta.

Outra coisa importante é que independentemente da metodologia escolhida, é fundamental ter um sistema e um plano de trabalho.

Dito isto, falemos agora sobre as dez técnicas de estudo, das piores para as melhores.

1. Grifar - Considerada a de menor utilidade entre as técnicas de estudo

O estudo aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer esforço.

Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma utilidade quando combinada com outras técnicas ou quando você já está cansado.

2. Releitura - Técnicas de estudo: estudo com releitura

Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas apresentadas.

O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de leitura podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo.

A dica é reler imediatamente depois de ler, por diversas vezes.

3. Mnemônicos - Técnica de utilidade baixa
Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória; que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização buscando facilitar de ser lembrado.

Em apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, tais como LIMPE, para decorar os cinco princípios que a administração pública direta e indireta inscritos no artigo 37 da Constituição Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).

4. Visualização - Técnica de utilidade baixa

Tendo como exemplo o mapa mental, os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.

Surpreendentemente para muitos, a transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.

Isso não invalida o uso de mapas mentais para estudos, já que eles consistem, além de desenho, a conexão de ideias e conceitos.

De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.

5. Resumos - Técnica de utilidade baixa

Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem. O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.

Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. O estudo demonstrou que a técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são hábeis em produzir resumos.

6. Interrogação elaborativa - Técnica de utilidade moderada

A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros.

O estudante devem concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.

Seguindo o exemplo já utilizado, em vez de decorar um mnemônico como LIMPE, o ideal seria perguntar-se por que a legalidade é considerada como um dos cinco princípios que a administração pública direta e indireta? E buscar a resposta na origem.

Note-se que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando suas origens.

Falando especificamente de concursos públicos, a interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações e questões discursivas.

7. Auto-explicação - Técnica de utilidade moderada

A auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo.

O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.

8. Estudo intercalado - Técnica de utilidade moderada

O estudo intercalado é o que se chama de rotação de matérias em posts anteriores.

A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória.

Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas).

O principal benefício da intercalação é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.

9. Teste prático - Técnica de utilidade alta

Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas.

No caso específico de concursos públicos, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores. Não apenas do cargo para o qual você está estudando, mas qualquer tipo de questão que encontrar pela frente.

Como já recomendamos anteriormente, a maneira mais fácil de realizar testes é utilizando sistemas específicos para isso.

10. Prática distribuída - Técnica de utilidade alta

A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só.

Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia. 

A prática distribuída também pode ser interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.

Essa é exatamente a teoria de Tony Schwartz aplicada em técnicas de Timebox como a Pomodoro Technique, esclarecendo que a técnica de Timebox, consiste em definir o tempo máximo para atingir as metas, tomar uma decisão ou executar um conjunto de tarefas. A ideia é maximizar o tempo fazendo o melhor que se pode neste intervalo. Assim, em vez de começar a trabalhar em algo até sua finalização de forma indefinida, é acordado de antemão o tempo limite para cada tarefa de projeto.

Vivam a vida, e até breve.

Atenção: o conteúdo desta publicação, bem como as ideias apresentadas, não representam necessariamente a opinião desta coluna, sendo de inteira responsabilidade de seu autor.


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Ivan Horcaio

Advogado. Autor de várias obras jurídica, notadamente de dicionários jurídicos, e também nas áreas de concursos públicos e Exame de Ordem. Foi editor chefe de conhecida editora jurídica, tento trabalhado na elaboração, edição e publicação de dezenas obras, sendo o organizador do vade mecum dessa editora por seis anos. Diretor de conteúdo do site Vade Mecum Brasil.




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